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segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Segundos de Colômbia!!!
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segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Como surgiram as rãs
Teve um determinado tempo que Ñaderu, o deus pai de todos os
índios, percebeu que seus filhos aqui na terra não estavam mais rezando para
ele. Incomodado com o que estava acontecendo, resolveu aplicar uma punição aos
desobedientes. Sempre que um índio guarani deixasse de rezar por muito tempo,
Ñanderu o levaria para o céu e o transformaria em rã como castigo.
Ilustração: Guto Oliveira |
Não tardou para que o primeiro índio deixasse de rezar para
o deus guarani e como prometido, Ñanderu, o levou ao céu e o transformou em rã.
Descontente com o ocorrido e já ciente de que a rã seria um animal anfíbio, o
índio questionou:
- Mas Ñanderu, e se acabar a água? Onde eu vou viver? O que
eu faço?
Ñanderu respondeu:
- Nunca vou deixar faltar água para você. Quando acabar,
você me avisa que eu mando chuva para repor a água. Ah, e mais uma coisa. Se
mesmo com esse castigo você deixar de rezar, não vou trazer seu espírito aqui
para cima, ele vai morrer junto com o corpo, entendeu?
O índio respondeu que sim e logo foi transformado em rã e
devolvido para a terra.
Por isso que se diz que quando um sapo ou rã canta é porque
vai chover. Também é por isso que sapos e rãs só coaxam à noite. São os índios
castigados rezando. E quando você ouvir um coaxado fora do ritmo, é uma rã que
está rezando sem vontade, está fazendo por obrigação. É por esse motivo que os
guaranis não comem rãs.
Ilustração: Gabriel Moretson |
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
O Sol e a Lua – Cuaray e Diaty
Para os Guaranis Mbyá tudo que acontece e tudo que surge na natureza tem ligação direta com Ñanderú, com os espíritos protetores e com os próprios índios. E dessa forma, eles explicam como surgiram muitos fenômenos que presenciamos todos os dias e noites...
Quando Cuaray (Sol) estava na barriga de sua mãe, conforme
ela andava, ele ia pedindo: “Mãe, pega aquela flor pra mim”. E a mãe pegava.
Por todo o caminho ele pedia. Até que havia algumas flores cheias de abelhas, e
Cuaray pediu “Mãe, pega aquela flor pra mim”. A mãe pegou e levou várias
picadas das abelhas. Então a mãe deu um tapa na barriga e disse: “Não vou mais
te ouvir”.
Continuando o caminho, a estrada se dividiu em duas. A mãe
então perguntou:
- Para onde tenho que ir filho?
E Cuaray respondeu:
- Não falo mais!
Sozinha, a mãe decidiu ir pela estrada do lado esquerdo.
Depois de andar algum tempo pela estrada, a mãe foi atacada por uma onça e
morreu. Na verdade, a onça era Anhã, o espírito protetor dos animais, caçando
comida.
Anhã se reuniu com os outros para comer a mãe, quando
descobriu Cuaray dentro da barriga dela. Um deles disse:
- Eu não vou comer ele não, quero só a mãe.
- Eu também, responde outro.
- Eu também.
Até que um Anhã teve uma ideia:
- Por que a gente não cria ele? Ele pode caçar pra gente!
- Boa ideia, responderam os outros.
Ilustração: Roberto Torrubia |
Os Anhãs foram treinando Cuaray conforme ele crescia. Ele
foi se tornando um grande caçador. Os Anhãs nunca contaram para ele que haviam
matado a sua mãe, só falavam que tinha sido uma onça.
Um dia Cuaray questionou:
- Por que eu sou tão diferente de vocês?
Um dos Anhãs respondeu:
- É porque sua mãe veio de outro mundo e se casou com nosso
filho, seu pai.
Ñanderú, deus pai de todos os índios, cansado de ver essa
enganação toda, resolveu então mandar para terra o irmão de Cuaray, Diaty, para
contar-lhe a verdade.
Ilustração: Guto Oliveira |
Cuaray, muito bravo com os Anhãs, resolveu vingar a morte de
sua mãe:
- Diaty, amanhã os Anhãs vão pescar, a gente mergulha e fica
tirando a isca deles, mas não pode colocar na boca, tá? Explicou o irmão.
Diaty concordou e foram os dois para o rio. No entanto, em
determinado momento, Diaty não resistiu e colocou o anzol na boca. Os Anhãs,
felizes da vida, levaram Diaty e o comeram.
- Vocês podem deixar os ossos pra eu brincar? Só os ossos
por favor...” pediu Cuaray.
Os Anhãs atenderam o pedido de Cuaray, que levou os ossos
para Ñanderú e pediu que ele fizesse outro. Depois disso, Cuaray fugiu com o
irmão e nunca mais voltou para os Anhãs.
Diaty é a lua, e sua morte é lembrada todo mês, na lua nova.
A falta de lua no céu representa a morte de Diaty pelos Anhãs.
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