segunda-feira, 29 de abril de 2013

Em breve!!!

Para dar uma pequena dose da aventura que está por vir!!!

Caminhos Andinos, a próxima série do blog Nada + Pra Fazer!!!



Confira!!!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Caminhos Andinos

O Diário de um branco na Aldeia Boa Vista acabou, mas o Blog Nada + Pra Fazer continua contando histórias!!!

Nesta segunda-feira você fica com um pouco do que está por vir.

Aguarde e confira!!!


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Diário de um branco na Aldeia Boa Vista - Último dia


Acordei às 8h. Até que dormi bem. Arrumei as minhas coisas e fui tomar o, agora habitual, café com tipá. Me despedi do povo e subi para o Posto de Saúde. Lá, meu pai já me aguardava para irmos para casa. Doce retorno!!!

Voltar para o conforto de casa foi muito bom, mas mesmo não estando mais em terras indígenas, até hoje carrego comigo muito do que vivi na Boa Vista. Além das lembranças e dos frutos desse trabalho que eu colho ainda hoje (vivenciei essa experiência em julho de 2006), basicamente três momentos proporcionaram uma grande mudança em mim. Na verdade duas mudanças e uma certeza.

A primeira é que a felicidade está diretamente atrelada ao que somos, e não ao que possuímos. Os indígenas da Boa Vista são muito felizes coma vida que levam, e isso é verdadeiro. Não acredito que a felicidade possa ser encenada diariamente por tanto tempo quanto fiquei morando lá com eles. Como me disseram, para eles tudo que é necessário para uma vida feliz é um teto para dormir, comida para comer e o petyguá para fumar, ou seja, um local para descanso, alimento para o corpo e alimento para a alma.

A segunda é que somos o que somos e isso deve nos bastar. Não adianta tentarmos ser aquilo que não podemos, ou que não está em nossa essência. Deve gostar do que somos e nos dedicar para sermos os melhores que somos. Em uma conversa com Tupã, perguntei a ele quais eram as vantagens e desvantagens de ser índio, e ele me respondeu: “Não tem vantagem nem desvantagem, cada um gosta de ser o que é.” Como tudo na vida dos guaranis mbyá, a resposta foi simples e contundente.

E a certeza que essa experiência me trouxe, e que posso afirmar com convicção que vai ficar marcada por toda a minha vida, foi em uma tarde de sol, depois do almoço. Eu estava sentado na porta da Opy, vendo as crianças brincarem enquanto fazia algumas anotações, quando parei e observei atentamente o que acontecia, o que eu anotava. Com a câmera pendurada no pescoço e com as várias histórias que ouvi e presenciei na minha cabeça, naquele exato momento tive a certeza de que era aquilo que eu queria para toda a minha vida: ser jornalista!!
















segunda-feira, 8 de abril de 2013

Diário de um branco na Aldeia Boa Vista - 18º dia


Último dia de aldeia. Para variar, não dormi bem essa noite. Fez bastante frio e, porque tomei muito café à noite, não conseguia dormir. Acho que a ansiedade de voltar para casa tenho contribuído com a insônia. Já tomei café e, sei lá, sabe quando você tem a sensação de que está incomodando? Então, estou com ela. Mas já está acabando, é só mais hoje e amanhã de manhã.

Hoje é dia 20, dia do pagamento do Bolsa Família. Por esse motivo a aldeia está quieta e com pouca gente circulando por aí. Fiquei batendo papo com Tupã. Perguntei a ele quais eram as vantagens e as desvantagens de ser índio, ele me respondeu “não tem vantagem nem desvantagem”, e completou, “cada um gosta de ser o que é”.

Depois da reza, Seu Maurício veio conversar comigo, falando sobre os jovens. Senti, nessa conversa, que os mais velhos têm uma certa desconfiança com os mais novos, acredito que seja por causa do conflito de gerações.









Meninas do Coral Guarani fazendo a dança da apresentação.

O Coral Guarani conta com a participação tanto das meninas quanto dos meninos.

Ensaiados por Tiró, os meninos fazem a dança dos xondáros.







segunda-feira, 1 de abril de 2013

Diário de um branco na Aldeia Boa Vista – 17º dia


Essa noite eu não dormi tão mal, mas a criançada estava aqui na Opy às 7h. Menos mal, uma hora a mais de sono. Nesses últimos cinco dias tem sido difícil ver ou ouvir alguma coisa nova. Para quem havia dito que aqui não havia rotina, eles têm feito as mesmas coisas. Não tem assunto novo, não tem foto nova. Estou tentando fazer com que os jovens dancem xondáro à luz do dia para eu fotografar, está difícil.

Seu Altino está fazendo uirá paraná, também conhecido por Pau de Chuva. Hoje ele é feito somente para vender como artesanato, mas antigamente os guaranis o usavam em tempo de grande estiagem. Eles cantavam a canção da chuva e tocavam uirá paraná. O processo de fabricação desse instrumento é bem lento e trabalhoso. Seu Altino diz que tem gente que acha o artesanato deles caro, mas não sabem o trabalho que dá para fazer.

Uirá paraná de vários tamanhos.
Complementando as informações sobre o adorno feito de cabelo de menina que menstruou pela primeira vez e fortalece as pernas dos xondáros, o nome é Xerety Makoá.

A cerimônia de agradecimento do dia foi como de costume. O diferente foi que depois, o coral da aldeia se apresentou. Também houve dança de xondáro. Combinei com Tiró e Arlindo que amanhã na parte da tarde, eles farão uma apresentação no campo, tanto do coral quanto da dança de xondáro, para que eu possa fotografar.

Brincos feitos pelos índio para a venda.

Flecha artesanal feita para ser vendida junto com mini arco.

Animais da região também são representados em trabalhos feitos em entalhes de madeira.

Assim como acontece com os brancos, lavar roupa faz parte das atividades cotidianas dos guaranis.

Como as refeições são feitas em fogões à lenha improvisados, é preciso sair para catar lenha todos os dias.



Jovens fazendo pinturas corporais típicas da etnia guarani mbyá.

Nesta foto e abaixo algumas formas de diversão dos kyrigués.




Instrumentos utilizados nas cerimônias realizadas na Opy.