segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Diário de um branco na Aldeia Boa Vista - 9º dia


Dormir na rede já está se tornando cansativo. Hoje acordei com a sensação de que não dormi nada. O dia começou às 7h30. Mesmo sendo dia de trabalho coletivo, não teve batucada de tambor para chamar a comunidade. Às 8h30 eles forma roçar a outra área de plantação de milho. Hoje não vou ajudar, pois é dia de vacinação na farmácia (maneira como os índios chama o posto de saúde). A campanha de vacinação de hoje é contra a gripe e contra a poliomielite. Também haverá tratamento odontológico para alguns índios.

De forma organizada e sem a presença dos pais, os indiozinhos formam fila para participar da campanha de vacinação.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Diário de um branco na Aldeia Boa Vista - 8º dia

Hoje o dia começou mais cedo. Como é o dia de preparação da roça para o plantio de mandioca, todos vão se reunir na cozinha ao lado da Casa de Reza para, coletivamente, começar o trabalho. Tiró toca tambor em frente a Opy às 6h em ponto. Ele toca e urra, feito um gorila. Aos poucos, ouvem-se vários urros de todos os lados da aldeia. As crianças também gritam. Estão bastante animados, uma vez que a roça vai beneficiar a todos. O café da manhã será coletivo.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Diário de um branco na Aldeia Boa Vista - 7º dia

Rotina normal, café da manhã, tipá. Olha, to gostando desse negocio de comer tipá de manhã, vou fazer em casa! Depois do café saí com Tiró para ver se o mondepy havia pego alguma coisa. O bicho comeu a isca, mas não desarmou a armadilha, vamos ver se temos mais sorte amanhã. Armadilhas como o mondeo e o mondepy não prendem o animal, elas matam o bicho, no entanto não oferecem risco de acidente com pessoas.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Diário de um branco na Aldeia Boa Vista - 6º dia

Essa noite fez bastante frio, além disso, dormir na rede já está se tornando um incomodo. Levantei e fui tomar café. Combinei com Tiró de subirmos a serra para buscar mel. Conosco foi Antônio, o primeiro índio nativo da Boa Vista que eu conheci, e sua esposa.

Em nossa caminhada serra acima, pude sentir o poder da Mata Atlântica: quente, úmida e com um batalhão de borrachudos, moscas, mosquitos e pernilongos nos atacando. Me veio à cabeça a cena do povo avançando no bolo de aniversário da cidade de São Paulo feito no bairro do Bexiga. Eu sou o bolo dos mosquitos!