segunda-feira, 20 de maio de 2013

Caminos Andinos - Segundo dia


A viagem foi tranquila. Felizmente as crianças não deram trabalho e nem precisaram trocar as fraldas. A estrada é boa e sem muitos buracos, o que nos possibilita dormir bastante. Nessas 22 horas de viagem consegui repôr o pouco sono que o trabalho me proporcionou.

Como viajamos a maior parte do tempo no período da noite, não deu para ver muita paisagem. Em compensação, ver o sol nascendo no Pantanal foi sensacional! A paisagem é bem diferente da que estamos acostumados a ver no sudeste e o calor é “brabo”. Sei que estou bem longe de casa, aproximadamente 1300 km, mas ainda não estou com esse sentimento de distância.

O que mais me chamou atenção no nascer do sol no Pantanal foram os tons lilás no céu!

Chegamos em Puerto Quijarro por volta das 11h, no meu relógio, pois tem uma hora à menos de fuso horário, 10h portanto. Carimbar os passaportes foi meio chatinho. Primeiro tivemos que carimbar nossa saída na Polícia Federal do Brasil, para depois passarmos pela imigração boliviana. Apesar da fila e da demora, principalmente no lado brasileiro, foi tudo tranquilo.

Fronteira Corumbá/Brasil x Puerto Suarez/Bolívia
Na própria imigração acertamos o táxi para passarmos na casa de câmbio e para nos levar à estação do famoso “Trem da Morte”. A corrida ficou em R$5,00 por pessoa. Chegando na estação, um segurança bem simpático veio falar comigo, não entendi absolutamente nada!!! Uma brasileira, que também aguardava o trem, me disse que o segurança estava me informando que o guichê para comprar as passagens só abriria às 14h. Como ainda eram 11h45, o jeito foi tomar uma Cerveza Paceña enquanto esperamos!

Aqui começou nossa aventura em terras estrangeiras, e também é aqui que começa a maioria dos mochilões pela América do Sul.
No muro da estação, uma ilustração do "Trem da Morte", aqui ele não tem nada de morte, não é?
Para amenizar o calor do Pantanal, una Paceña muy hielada!
Às 14h o guichê abriu. Entramos na fila. Advinha o que aconteceu quando chegou a nossa vez? Acabaram as passagens! Nós, duas moças do Rio de Janeiro e duas de São Paulo ficamos sem passagem. Só poderíamos comprar para o dia seguinte. Exatamente como ouvimos falar pela internet, na Bolívia com dinheiro tudo se resolve. Um carregador de bagagem disse que por 150 bolivianos + 10 reais para ele, ele conseguiria nos colocar no trem. Pensamos, vamos nessa ou perdemos um dia de viagem? Aceitamos a proposta do tiozinho!

Será que foi uma boa ideia? É importante ressaltar que é o Exército Boliviano que toma conta das Estradas de Ferro! Qual será a sensação de viajar de clandestino num trem fora do seu país? A viagem seria do mesmo jeito para nós, homens, e para as moças?

O Trem aguardando na estação o horário de partida, ainda vazio de histórias e aventuras.

Foram nesses vagões que vivenciei minha primeira viagem clandestina de trem!

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