segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Caminos Andinos - 17º dia

O começo da viagem foi tranquila, mas o final foi punk. Fez muito frio. Por causa das blusas e do cobertor oferecido aos passageiros não senti frio, mas meus pés doíam de tão gelados. Estava tão frio que os vidros do ônibus congelaram com ele em movimento. Às 7h chegamos à cidade de Uyuni. Nunca senti tanto frio! Conforme caminhávamos, o deslocamento de ar parecia que cortava a pele.

Logo na descida do ônibus, acertamos de tomar café na lanchonete de uma tiazinha. O café foi muito bom e o lugar bem quentinho, mas meu pé não queria esquentar de jeito nenhum. Ficamos quase duas horas na lanchonete. A saída foi um choque. Dentro da lanchonete um calorzinho agradável e do lado de fora um frio congelante!

Já na agência, acertamos o passeio de três dias pelo Salar e Deserto de Siloli. Como eram 10h e o passeio só sairia às 11h, fomos comprar as passagens de ônibus para a nossa volta. O roteiro ficou assim: vamos sair de Uyuni para Sucre, depois vamos para Santa Cruz de la Sierra e finalmente para São Paulo.

Com um pouquinho de atraso, saímos para o passeio. A primeira parada foi no cemitério de trens. Uyuni foi a primeira cidade boliviana a ter trens, tendo linhas de carga e de passageiros que iam até o Chile. Hoje, a estrada de ferro é terceirizada e só transporta carga. É muito interessante ver que o que foi tecnologia de ponta no início do século XX hoje é sucata. Para não perder o costume, a parada seguinte foi numa feirinha de artesanato. Lá o povo vendia algumas peças feitas de sal. Só não comprei nada porque não havia nada de interessante. Depois da feirinha finalmente fomos ao Salar.




Monumento do Cemitério de Trens em homenagem aos tempos áureos da  ferrovia boliviana.

O deserto de sal é uma coisa imensa e incrível! É tão branco que sem óculos escuros a vista chega a arder. Para todos lado que se olha só tem uma imensidão branca. A nossa primeira parada no Salar foi no local de extração para consumo. É tudo feito manualmente, sem nenhuma ajuda de máquinas. Saindo dali, fomos entrando mais no deserto, em direção ao hotel de sal.



O hotel fica no meio do nada. Ao redor dele você só vê aquele imenso branco. Foi ali que brincamos de fazer fotos em perspectiva. Pegamos o trecho mais uma vez, adentrando ainda mais no salar. Andamos por bastante tempo sem mudar a paisagem: branco para todos os lados. É tudo tão igual que chega até a ser monótono.



Por dentro do hotel tudo é feito com blocos de sal, desde os móveis até as esculturas de enfeite.




Depois de muito andar no sal, chegamos à Isla Incahuasi, uma ilha bem no meio do deserto. Lá existem cactos gigantes com mais de mil anos. Antes de conhecer a ilha e tirar muitas fotos, nós almoçamos. Foi um rango simples e gostoso, servido em uma mesa feita com blocos de sal. Depois do almoço tivemos uma hora e meia para andar pela ilha. Da parte mais alta, dá para ter a noção perfeita da imensidão do salar. Ele está presente até onde a vista alcança. São 12 mil Km² de deserto. Ele é maior do que o Lago Titicaca, que tem 8.300 km².









Voltamos a agência em Uyuni por volta das 18h, colocamos as mochilas no jipe e partimos para o local onde dormiremos. Chegamos no local às 21h30. Jantamos, uma janta bem regulada por sinal. O local não tem água quente, o que, por causa do frio, tornou o banho impossível. Às 23h deitamos para dormir, não sem antes colocar a bateria da máquina fotográfica para carregar. O passeio está sendo legal, mas confesso que estou louco de vontade de chegar em casa. Amanhã nosso dia começará às 8h e partiremos para conhecer a Laguna Colorada.

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