segunda-feira, 29 de julho de 2013

Caminos Andinos - 10º dia

A noite na barraca foi bem tranquila. Estava bem frio lá fora, mas não sofri com isso. Dormi com a segunda pele e o fleece, calça de moletom e meias. Dentro do saco de dormir estava o liner. Como seria a primeira vez que o usei desde que comprei, estava com um pouco de receio de passar frio, mas foi tudo tranquilo. Somente próximo do horário de levantar que senti um pouco de frio nas pernas porque a barra da calça subiu, mas nada que chegasse a incomodar.

Levantamos às 5h para arrumar as coisas e tomar café às 5h30. Preferi apenas um chazinho de coca e pão com manteiga, pois sabia que a subida seria dura. Fred disse que seriam quatro horas de caminhada até a Paso de la mujer muerta.

Início do processo de levantar acampamento.

Saímos às 6h. Comecei num ritmo bem tranquilo. Como diz meu amigo Moretson, fui no passo do elefantinho! Mesmo assim a coisa é muito difícil. Quanto mais subia, mais difícil era respirar. Por mais que respirasse fundo, parecia que o ar que entrava nos pulmões não era suficiente. Aqueles degraus de pedra pareciam cada vez mais altos. Havia momentos que eu sentia o corpo formigar, como se fosse desmaiar. Esse era o momento de parar. A respiração, que estava ofegante, ia diminuindo o ritmo aos poucos, até se normalizar. Isso era muito engraçado, pois depois de alguns minutos descansando era como se eu nem tivesse começado a caminhada. Não sei em quanto tempo subi, também nem vi as tais quatro horas passarem. Só sei que foi um desafio imenso e eu consegui superá-lo. O visual lá de cima compensou cada segundo de perrengue.

Os primeiros passos do dia mais difícil da Trilha Inca.

A altitude, a paisagem eram de tirar o fôlego!

Foto que ilustra o tamanho da primeira subida.

Marco do ponto mais alto da Trilha Inca.

Depois de tanto subir, lá vamos nós descer tudo de novo...

No alto dos 4.215 metros de altitude, ficamos bobos contemplando a conquista e o visual. Foram os mais recompensadores 10 minutos de descanso da viagem. Depois disso começamos a descida para o acampamento de almoço. Primeiro subimos até os 4.200 para depois descermos até os 3.300 de novo. Mas a descida foi bem tranquila. Desci mais rápido que o restante do grupo para não forçar os joelhos. Isso fez com que eu chegasse primeiro e por sua vez, descansasse mais.

A descida depois do Paso de la mujer muerta é bastante íngreme, o que exige bastante dos joelhos, principalmente dos carregadores.

Lá embaixo o acampamento de almoço, logo mais à frente a subida a ser enfrentada depois da refeição.

O almoço estava uma delícia. Alex, o cozinheiro, sempre mandando bem. Tivemos mais um tempinho para descansar depois do almoço e voltamos a caminhar. Mais uma vez subida, e pesada de novo! Fomos até os 3.700, para depois descer até os 3.400 onde foi montado o acampamento de pernoite. Ô povinho para gostar de descer e subir esse tal Inca, viu?!?

Mais uma vez fui bem tranquilo na minha caminhada, no meu ritmo e sem pressa alguma. Também fui o último a chegar. O acampamento foi montado num vale muito bonito, de frente para uma montanha nevada. Um visual maravilhos, mas frio também. Por ser um vale cercado de montanhas muito próximas, batia sol por pouco tempo. Fiz minha higienização como no dia anterior, só que dessa vez usando lencinhos humidecidos no corpo todo. A sensação de limpeza foi muito boa!





A nossa rotina continuou: lanche, jantar. Ao final do jantar, Fred fez o briefing do dia seguinte. Como o dia foi duro, iríamos dormir até às 6h30 para voltarmos a caminhar às 8h. Já estava achando tudo isso lindo, aí ele disse que caminharíamos só até a hora do almoço e já estaríamos no acampamento final. Achei maravilhoso! Bora dormir que amanhã tem mais!

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