segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Caminos Andinos - 21º dia

A viagem foi tranquila. Dormi um pouco, fiquei olhando pela janela um pouco, ouvi música um pouco, mas fiquei muito ansioso o tempo todo. Levando em consideração tudo o que aconteceu, eu não descartava a hipótese do ônibus quebrar ou sei lá o que acontecer. A maior parte da viagem foi em estrada de terra. Antes da Bolívia, eu nunca tinha viajado tanto em estrada assim, ainda bem que eu gosto disso. No finalzinho da noite senti um pouco de frio, mas resolvi o problema usando meu anorak de cobertor.

Sem problemas ou mais perrengues, chegamos à rodoviária de Santa Cruz de La Sierra às 7h20. Pegamos as mochilas e eu já fui direto procurar um táxi para nos levar ao aeroporto. Como eu já imaginava que o aeroporto seria longe da cidade, guardei meus últimos Bs. 50,00 para o táxi. O taxista pediu 70 para nos levar até lá, eu pechinchei por 50 e ele disse 60. O meu primo completou o dinheiro e colocamos as mochilas no carro.

Chegamos ao aeroporto de Viru Viru (achei o nome engraçado) às 7h50. Foi o tempo certinho de fazer o check-in, pagar a tasa de aeropuerto, passa pela imigração e embarcar. O que foi diferente desta vez é que revistaram nossa bagagem de mão. Na minha passagem fui contemplado com o assento 22c, e o meu primo com o 10c. Usei esse tempo de viagem que eu fiquei sozinho para pensar nas próximas viagens, com o meu irmão, com a Paulinha, com meu pai, com minha mãe. Esse tempo sozinho também serviu para eu perceber o quanto eu estava fedido, afinal, seis dias sem tomar banho era meu recorde absoluto. Acho que antes não dava para perceber tanto porque estávamos nos ônibus do povão, aqui não, no avião a coisa já é mais elitizada, povo cheiroso, bem arrumado. Confesso que me sinto mais a vontade com o povão. Já estou até sentindo falta das cholas andando pelo corredor com suas trouxas amarradas nas costas.

Depois de uma hora de voo começaram a servir o lanche. Como estava prestes a voltar ao trabalho, para entrar no clima pedi café puro. E para consagrar esta como a viagem das surpresas, o café do avião foi o melhor café que eu tomei na viagem toda. Às 13h, já no horário de Brasília, aterrissamos em São Paulo. Na saída, como é de praxe, passamos pela Polícia Federal, só que desta vez sem muita fila e formulário, para preencher, afinal, estamos voltando para o nosso país! É muito bom ouvir o povo na rua falando seu idioma.

Após essa parte burocrática, fomos buscar as mochilas na esteira. Agora com a mochila nas costas e um baita sorriso no rosto por estar de volta ao Brasil, fomos procurar ônibus para a Rodoviária do Tietê. Encontramos um do Airport Service por R$35,00. Uma vez meu pai tinha me falado que havia outros ônibus e bem mais baratos. Fui procurá-los. Perguntei para o rapaz que organiza o estacionamento do aeroporto e ele me mostrou o local de onde sai o ônibus para a estação do Metrô Tatuapé. Pagamos R$4,20 na passagem. Acho que foi uma boa economia.

Chegamos na estação do Metrô por volta das 14h20, e às 14h50 estávamos no guichê da Pássaro Marrom, na Rodoviária do Tietê, para comprarmos as passagens para o ônibus das 15h para Campos do Jordão. Só que para o nosso azar o ônibus estava lotado e o próximo sairia apenas às 18h30. Decidimos ir no ônibus das 15h para Taubaté e depois pegarmos o das 18h de Taubaté para Campos do Jordão.

Numa viagem bem tranquila e sossegada, chegamos em Taubaté às 17h15. No caminho aproveitei o restinho de bateria que tinha no meu celular e liguei para a Paulinha, para o meu pai, para o meu irmão. Foi muito bom conversar com eles daqui do Brasil. O último ônibus da viagem saiu com um pouquinho de atraso e, finalmente, às 19h30, desembarquei em Campos do Jordão. Chegar em casa, tomar banho depois de seis dias e ainda comer o arroz com feijão da mamãe é tão bom quanto sair para viajar!


Agora, o jeito é arrumar as coisas da viagem e começar a planejar a próxima!

Tão bom quando sair para viajar é voltar para casa!!!

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